Ler. Este é o exercício!
Mas é só falar em leitura que muitos logo entortam a cara. Preguiça de ler, preguiça de decifrar os códigos lingüísticos, preguiça até de terminar de ler este post. Mas vamos deixar de moleza e concluir ao menos esta leitura, quem sabe assim você não se anima a ler os livros indicados abaixo. Uma das principais funções da leitura é instruir, nos ajudando na evolução mental. Desde cedo começamos a compreender o mundo que nos cerca, e a ampliar nossos horizontes, através do conhecimento absorvido dos livros. E assim permanecemos a fazê-lo pelo resto da vida. Se você coleciona revistas de skate, parabéns! Você faz parte de um grupo de pessoas que continuam a evoluir. E se você compra as revistas só por causa das fotos. Ainda assim, tem algumas letrinhas rabiscadas nas legendas, não? Ou vai me dizer que você já sabia que o cara estava mandando um backside heelflip, depois da oitava tentativa, num gap cabuloso, onde o chão da volta era áspero, e que ele já havia se arrebentado antes. Acho que só com a foto você não tem todas estas informações. Indo além dos textos de legenda, temos o skate como forma de cultura. Afinal de contas é um movimento social que possui características próprias. Agregando valores que ultrapassam o entendimento do skate como mera atividade desportiva. Necessitando de um estudo antropológico para decifrar tais aspectos contidos nesta cultura.
Ou seja, a literatura ajuda na evolução e no fortalecimento do skate como cultura. Além de nos ajudar a entender suas particularidades.
Dicas de livros:
(O Brasil carece de mais publicações sobre nossa cultura, mas temos ótimos blogs voltados ao assunto, alguns deles estão linkados ao Skate Evolutivo Blog)
DO BRASIL:
A Onda Dura - 3 écadas de skate no BrasilO livro conta a história do skate no Brasil, desde sua chegada na década de 60 até o ano de lançamento do livro em 2000.
Juventude, Lazer e Esportes RadicaisO especialista em educação física Ricardo Ricci Uvinha, procura neste trabalho apresentar discussões sobre lazer e esportes na adolescência, desvendando o sentido do "radical". E escolhe, para sua pesquisa de campo, os skatistas da pista pública de São Bernardo do Campo. O livro contribue para estudos de turismo e lazer, educação física, sociologia, antropologia e educação.
DA GRINGA:
Hawk Occupation SkateboarderTony Hawk escreveu sua autobiografia, com a ajuda de Sean Mortimer, colaborador da revista transworld, de forma hilária, desde a infância até momentos após Hawk voltar o 900°, manobra que tentava há 13 anos.
Dysfunctional: Aaron RoseO autor é, na verdade, um curador de arte, o que explica a ótima doagramação e a opção por resumir nas 13 primeiras páginas, de um total de 210, a história do skate. O resto é foto.
Skateboard RoadmapEste é um resumo do Concrete Wave, só que dedica uma parte à América do Sul. Nesta sessão, inclusive, tem uma foto do Bob Burnquist. Das 113 páginas pelo menos 100 são fotos.
Skateboarder's Start Up!
Este livreto faz parte de uma série em que o autor aborda diversosesportes. Na verdade, é bem despretencioso e ensina 14 manobras básicas, começando com dicas de como pressionar o skate contra a transição para pegar veocidade no fakie e terminando no backside air.
Skateboard Retrospective: a Collector's GuideEste título faz um apanhado detalhado dos primórdios do skate. A história começa com um capítulo dedicado a Doc Ball, que em 1918, quando tinha 9 anos de idade, foi o primeiro indivíduo a ser fotografado em cima de um skate, só que ajoelhado no shape. Depois tem uma parte muito interessante sobre invenções e os mais diversos enxertos. Por exemplo: Em 1939, foi patenteado o primeiro skate e o modelo tinha um paralama; Em 1977, havia um com quatro rodas em cada eixo; Em 1978, inventaram um com eixo e duas rodas no tail e, um ano depois, o modelo com apenas uma roda no tail. A idéia (estranha) mais recente é a do shape cravejado de várias rodas embutidas, de 1993. Neste livro dá para descobrir, também, que o filme "Skatedater" ganhou o prêmio de melhor curta no festival de Cannes de 1966.
The Skateboard Book
Foi, talvez, o primeiro livro de skate do mundo. É um guia, que ensina como comprar, que tipo de skate é o melhor e até dedica um capítulo às práticas seguras: como cair ou posicionar os pés, com ilustrações primatas que aconselham a abaixar e fazer um rolamento, na hora do tombo, por exemplo.
Scarred For Life - Eleven Stories About Skateboarders
O livro começa pelas ladeiras, com direito a foto de Sérgio Yuppie, passa pelo surf (anos 60), as piscinas de lá para cá e uma geral em Jay Adams (anos 70). Depois, o assunto é pipe: Pipeline, Steve Alba num tubo de 24 pés (em 1987) e até o tubo de Quito-Equador. Skate and Destroy (anos 80), retrata o advento de rampas de madeira devido ao fim das pistas, o surgimento so half pipe como modalidade e até a banda de Caballero, The Faction. Daí é a vez de Hosoi, dos primórdios em el Mar até sua prisão e o movimento para tirá-lo de lá. O capítulo8 é dedicado às damas. o 9 a Nova York e o 10, Upside Down, a quem se sente à vontade de cabeça para baixo, dando uma geral nos tubos de acrílico (anos 70) e no "bowl em pé" austríaco. Mas o foco, mesmo, são as peripécias de Bob no pipe de metal da Jen até uma sessão que quebrou regras. Ninguém tinha tentado dar o looping em Mount Baldy e, o mais relevante, uma manobraque o cara não volta foi capa da Transworld. O livro fecha com "Skateparks", que mostra tudo. Desde locais bonitinhos e pros ajeitadinhos, até psitas que a galera fez, jogando cimento sob a ponte e inventando rampas.
DA GRINGA EM PORTUGUÊS:
Skate - Guia passo-a-passo ilustradoGuia passo-a-passo ilustrado que ensina manobras básicas do skate, além de ensinar como montar seu skate. Ótimo para crianças!
Fontes:
Revista Tribo Skate - Edição 121
Acervo pessoal